Identifique o que suas cólicas dizem sobre sua saúde



Elas podem ter ligação com o número de homens com quem você vai para a cama, estar por trás daquela dor durante a transa... Nós ajudamos você a decodificar qual mensagem esse desconforto tão feminino está mandando.
Texto Andrezza Duarte / Foto Sérgio de Divitiis
Identifique o que suas cólicas dizem sobre sua saúde
Pode ser uma dor sutil que dura apenas uma noite ou uma forma de tortura que faz você se contorcer por alguns dias - a verdade é que mais de 50% das mulheres sofrem com algum tipo de desconforto menstrual todo santo mês. Mas, antes de recorrer à bolsa de agua quente, tem algumas coisinhas que você precisa saber: 1. já existem soluções eficazes, muito além das caseiras, que aliviam a agonia; e 2. nem toda cólica menstrual é normal - às vezes, ela pode sinalizar um problema bem mais grave. Montamos um mapa para ajudar você a reconhecer indícios que exigem uma visita ao ginecologista quanto antes.

SINTOMA: Dor que passa com um analgésico comum

Possível culpado: a tal contração do útero.
"A cólica menstrual é causada pela formação de substâncias chamadas prostaglandinas, que causam contração do útero", explica Nilson Roberto de Melo, ginecologista e presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). E isso dói... Embora uma cólica simples como essa não seja preocupante, ninguém precisa sofrer com ela. Anti-inflamatórios ajudam a domá-la, impedindo a formação de prostaglandinas, e antiespasmódicos suspendem a contração do útero. Assim que sentir a primeira pontada, corte o mal pela raiz. Quanto antes o remédio começar a agir, menos dor sentirá. Colocar bolsa de água quente nas costas ou na barriga também costuma aliviar o incômodo. Outra solução é a pílula anticoncepcional, que evita a formação das prostaglandinas. Pesquisadores sul-coreanos da Universidade Kyung Hee comprovaram que a acupuntura é ainda mais eficaz que analgésicos no combate às cólicas, pois estimula a produção de endorfina e serotonina no sistema nervoso.

SINTOMA: Fluxo muito intenso

Possível culpado: mioma.
Mioma é um tumor benigno dentro ou ao longo da parede uterina. "Ele fica entre as fibras musculares do útero, o que aumenta seu volume e estimula a produção de prostaglandinas", explica o ginecologista. "Com isso, mais sangue chega para irrigar o órgão, que contrai com mais força para conseguir eliminar todo o sangramento." O tamanho do mioma varia: pode ser tão pequeno quanto uma semente de maçã ou tão grande quanto uma melancia. Além disso, existe a possibilidade de surgirem vários ao mesmo tempo, principalmente após os 30 anos. Depois dos 40, pelos menos 40% das mulheres têm um, que geralmente desencadeia sensação de pressão na área pélvica, acompanhada por dor e sangramento. A boa notícia é que nem sempre o tumor precisa ser tratado. Mas, se o fluxo e o desconforto estiverem intensos, o ginecologista pode receitar um medicamento ou optar por cirurgia e até pela retirada do útero.

SINTOMA: Muita dor no abdômen inferior e febre

Possível culpado: doença inflamatória pélvica (DIP).
Dores pélvicas monstruosas, que persistem por dias e também podem ser acompanhadas por febre, são sinal de DIP: processo infeccioso que ocorre no trato genital superior (trompas, útero, ovário e região pélvica) e pode até causar infertilidade. DIP é geralmente o resultado de clamídia ou gonorreia, e, como essas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) podem não apresentar sintomas, às vezes não há como identificá-las até que a bactéria se espalhe. "Além das DSTs, outras possíveis causas de DIP são múltiplos parceiros, parto prematuro, uso frequente de absorventes internos e duchas vaginais", complementa a ginecologista e professora da Universidade de São Paulo Angela Maggio da Fonseca. O problema pode ser resolvido com antibióticos e anti-inflamatórios. Se o quadro se agravar, exige internação e até intervenção cirúrgica.

SINTOMA: Dor pélvica intensa inclusive na hora do sexo


Possível culpado: endometriose.
Essa doença não tem causa evidente. "Os tecidos que revestem a camada interna do útero (endométrio) passam a crescer para fora, o que pode levar à aderência de um órgão ao outro", explica o dr. Melo. Pasme: o mal atinge até 15% das mulheres em idade reprodutiva. Após o surgimento dos sintomas - sangramento aumentado e no abdômen inferior, às vezes nas costas e coxas, durante a transa, e até mesmo fora do período menstrual -, a endometriose pode demorar para ser diagnosticada. Parte das mulheres acredita que se trata de uma severa cólica e não procura ajuda. A pílula anticoncepcional ou outros hormônios ajudam a desacelerar o crescimento do endométrio, e por isso são opções de tratamento. Em casos mais sérios, a cirurgia é necessária para reduzir a quantidade de tecido já acumulada fora do útero

BASTA DE DOR

Se você chegou à conclusão de que a sua cólica é do tipo simples, vale testar saídas naturais (aprovadas por nossos consultores, lógico) antes de tomar outro analgésico. Estas leitoras revelam o que fazem ao passar pelo desconforto:
"Tomar chá de casca de romã é o melhor remédio para mim. As propriedades antiinflamatórias atenuam minha dor imediatamente." - Carla Góes, 32 anos, SP
"Quando sinto a primeira pontada, corro para a esteira. Os exercícios aeróbicos melhoram a circulação e aliviam a contração do útero." - Patrícia Guedes, 28 anos, SP


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