Manifesto pela Água em Luís Gomes Teve participação maciça da População e autoridades


O município de Luís Gomes foi palco de uma grande manifestação popular pela água. O ato público aconteceu nesta quinta-feira (22) e conseguiu reunir, em defesa da mesma causa, a população, representantes dos poderes executivos, legislativo, Ministério Público, escolas estaduais e municipais e particulares, igrejas, associações, comerciantes. Enfim, toda a sociedade de Luís Gomes esteve representada e unidade em um movimento pacífico que teve o objetivo único de conscientizar sobre o uso consciente da água e sensibilizar o governo estadual quanto à necessidade de se tomar medidas urgentes e definitivas que impeçam que o líquido tão precioso deixe de ser ofertado aos luís-gomenses.

Durante o cortejo, que partiu das imediações do Colégio Padre Osvaldo e percorreu as principais ruas da cidade, os participantes exibiram cartazes e faixas clamando por água e acenavam com baldes vazios, que simbolizavam o risco de esvaziamento do principal reservatório da cidade, o Açude Dona Lulu Pinto.

Após o percurso, houve uma concentração na Praça “Jader Torquato”. O primeiro a falar foi o gerente Regional da CAERN, Djalma Viana, que direcionou sua explanação sobre as ações da empresa no tocante ao problema da água em Luís Gomes. Ele disse que primeira atitude da Companhia foi a suspensão da cobrança das taxas de fornecimento, já que a água não está adequada para o consumo o humano. Também será realizado o racionamento de água com o intuito de postergar o esvaziamento total do açude público. Djalma também esclareceu que, na próxima segunda-feira (02/10), estará sendo concluído o projeto de uma mini adutora que traria água do “Açude do Saco”, no município de Major Sales, para a cidade de Luís Gomes. Este projeto será encaminhado à Diretoria Geral da CAERN que, por sua vez, o apresentará à Governadora, Rosalba Ciarlini, que poderá ou não autorizar a obra.

Depois o vereador Firmino Nunes, representando a Câmara de Vereadores, fez uso da palavra e reafirmou o apoio a manifestação, e disse que o poder legislativo está de mãos dadas com o povo de Luis Gomes nesta luta contra a falta de água.

Em seguida, foi a vez do Promotor de Justiça, Dr. Ricardo Lima, que disse estar a par da situação e se comprometeu a acompanhá-la de perto. O representante do Ministério Público disse, inclusive, que estará notificando o governo do Estado sobre a necessidade de ações emergenciais para evitar o esgotamento de água no município.

Por fim, o prefeito municipal, Dr. Carlos José Fernandes, falou aos presentes. Em seu discurso, ele disse que a administração municipal vem informando à CAERN e à SEMARH (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) sobre o risco de escassez de água no município. Mas, até agora, não recebeu nenhuma resposta satisfatória que sinalize na direção de que o problema será solucionado a curto prazo. E esse fator, tem-lhe trazido muita preocupação. Só há pouco tempo, a CAERN, através do escritório regional, sediado em Pau dos Ferros, manifestou preocupação e iniciou o estudo de viabilidade de construção da mini adutora, que transportará água do “Açude do Saco”.

Dedezinho também lembrou que a falta de água em Luís Gomes não é um problema novo. Ele leu uma lista com as principais secas enfrentadas pelos luis-gomense, tendo as últimas ocorrido nos anos de 1993 e 1998, nas gestões do Dr. Pio X Fernandes, e do Padre Raimundo Osvaldo, respectivamente.

Carlos José também conclamou os vereadores e lideranças políticas de Luís Gomes a darem as mãos, independentemente da posição político partidária, para enfrentarem esta batalha em prol do povo luís-gomense. “A mini adutora é a solução mais viável para nós. Conto com a sensibilidade política da governadora, Rosalba Ciarlini, na aprovação desta obra que irá acabar com esta triste realidade que é a escassez de água em Luís Gomes”- disse o prefeito.

A manifestação deixou um saldo bastante positivo. Pois demonstrou a união de toda a população de Luís Gomes diante de uma grande adversidade, que é o risco da falta de água no município para dessedentação humana.